O trânsito e o pedestre na Roma antiga


O Império Romano marcou a história da humanidade durante muitos séculos estando presente em quase toda extensão do mundo antigo. A inventividade do povo romano está presente até hoje traduzida nas inúmeras construções que sobreviveram ao tempo. Entre as maravilhas romanas destacamos o sistema viário.

Roma cresceu e o Império precisava de formas mais seguras para escoar sua riqueza, oriunda de outras regiões. Viu-se, então, a necessidade de construir estradas que facilitassem a chegada à capital, surgindo as primeiras vias pavimentadas. Com a construção das vias, surgiram os primeiros problemas: os acidentes envolvendo carruagens, animais e bigas, o que forçou o Império a criar os primeiros sinais de trânsito para tentar disciplinar o tráfego. Com o auxílio de marcos quilométricos e indicadores de sentido de tráfego, o Império tentava educar seus condutores, mas este conjunto de medidas isoladas se mostrava ineficiente.
Apesar de possuir mais de 350 mil quilômetros de vias de trânsito, Roma, já com uma população de 1,5 milhão de habitantes, ainda sofria com a falta de educação dos condutores, o que tornava insustentável a vida dos pedestres que dividiam espaço com carruagens, animais e bigas, os quais  inúmeras vezes geravam atropelamentos e vítimas fatais.
Dentro deste contexto caótico do sistema viário, o pedestre mereceu atenção especial: Julio César publicou normas que limitavam o número de carruagens que entravam na cidade e decretou o fim do tráfego de veículos de rodas em Roma durante o dia. Apenas os veículos oficiais e de patrícios podiam trafegar durante o período diurno.
Também foi determinada a construção das primeiras faixas de travessia de pedestres na Roma antiga. Com objetivo de facilitar a vida do pedestre e forçar as carruagens e bigas a diminuírem a velocidade, os engenheiros romanos dispuseram de blocos de pedras que eram colocadas enfileiradas de um lado ao outro da rua, dispostas de forma a deixar espaços vazios entre elas. Desta forma, a faixa de travessia de pedestre forçava o condutor, que viesse guiando sua biga ou carroça em velocidade, a diminuir a velocidade para garantir a passagem das rodas pelos vãos.