A motocicleta, por sua finalidade, sempre foi considerada um meio de transporte ágil e econômico e com os baixos preços e financiamentos tentadores, houve uma explosão na venda de motocicletas. Mas há um contraponto: nunca houve um número tão grande de pessoas mortas ou feridas envolvidas em acidentes com motocicletas. Os principais sinistros envolvendo motocicletas ocorrem nos corredores formados entre os veículos presos nos congestionamentos. As motocicletas, pela facilidade de trafegar em espaços estreitos, trafegam pelos corredores e, subitamente, se envolvem em colisões laterais ou traseiras com outros veículos que efetuam manobras para trocarem de faixas de rolamento. Isto ocorre também quando o trânsito não está completamente parado: há registros de sinistros envolvendo motocicletas com o trânsito em movimento, em velocidade moderada ou mesmo em velocidade elevada.


Os principais pontos de combate aos números assustadores de acidentes envolvendo motociclistas passam pela educação dos motociclistas e motoristas e fiscalização do Poder Público frente às irregularidades diárias cometidas por todos. Especialistas em trânsito divergem sobre os pontos cruciais na busca da diminuição dos índices de acidentes: alguns acreditam que inibir o trânsito de motocicletas pelo corredor é a solução, enquanto outros não identificam esta ação como solução para a diminuição dos acidentes. Quando se adquire uma motocicleta, o condutor sempre considera a facilidade de locomoção para agilizar suas tarefas diárias. Mas infelizmente, faltam ao motociclista a perícia e conhecimento necessários para trafegar dentro dos congestionamentos monstruosos que assolam as grandes cidades. Esta falta de requisitos gera o risco de sinistros e contribui para o número de contingentes de mutilados ou mortos que encontramos nos leitos de hospitais ou necrotérios.



Com a supressão do artigo 56 do CTB, que estabelecia a proibição do tráfego de motocicletas no corredor formado entre os veículos, ocorreu um vácuo jurídico acerca do assunto e, como diz o ditado, “o que não é proibido, é permitido”, houve uma massificação desordenada da utilização do corredor para os motociclistas. Devemos observar as características da motocicleta como meio de transporte de fácil acesso e ágil no trânsito urbano. Proibir o acesso da motocicleta no corredor formado entre os veículos não é a solução dos problemas. Cabe ao motociclista entender que zelar pela sua segurança é o primeiro passo para se evitar um sinistro. Dirigir em velocidade moderada, sempre trafegar com os faróis acesos e manter total atenção aos motoristas é primordial na busca de se evitar um acidente. Não é proibindo o uso do corredor, e sim disciplinando seu trânsito, que conseguiremos diminuir os índices de acidentes. Educação e conscientização ainda são as maiores armas na busca de um trânsito seguro.